domingo, 25 de abril de 2010

Aprendendo na prática ou abandonando velhas teorias...

Miguel vai fazer 2 meses dia 02 e eu cheguei a uma conclusão: a gente não nasce mãe, a gente aprende a ser mãe com o nosso filho! A minha vida toda eu colecionei teorias de como eu criaria meus filhos (na gravidez isso ficou bastante acentudado) e agora eu vejo algumas delas cairem ao chão... Aprendi que não há teoria, fórmula, dica, conselho que dê mais certo que observar seu filho e sua relação com ele. No entanto, listo aqui algumas coisas que estão dando certo comigo (algumas coisas, vou fazer como a Aline,mãe do Joaquim e chamar de Utilidade Pública - vai que serve de dica pra alguém né?)as que não deram, as minhas percepções sobre algumas coisas e etc:
1- O pós parto: Não é lindo e glamourizado como nos filmes e novelas. Você se sente feia, cansada e incapaz na maioria do tempo. De repente você tem um bebê que precisa de você 24 horas por dia e você sequer tem tempo pra dormir direito ou de pentear o cabelo. A depressão Pós-Parto não chegou até mim, mas poderia, como pode chegar a qualquer mulher e isso não quer dizer menos amor ou rejeição ao bebê.

Utilidade Pública 1- A cinta

Usei por uma semana. Sinceramente? Não recomendo. Já li de mulheres adorarem o resultado e se darem super bem, mas eu odiei. Suava horrores. Amamentar com aquilo era uma tortura pra mim. Fora que em uma semana ela ja estava folgada, (e pra cinta "fazer efeito" tem que estar bastante apertada), ou seja, seria outro gasto, pra comprar outra ou para mandar apertar. No final das contas cheguei à conclusão que o pós-parto é um período em que a mãe deve estar à vontade e tranquila para cuidar do seu filho e não obcecada para voltar ao seu corpo pré-gestação.


Aliás,há controvérsias sobre o uso da cinta. Já ali até que ela atrapalha, pois a nossa pele não precisa de "ajuda" pra voltar pro lugar e no fundo, acho até que a cinta só dá um efeito estético!Eu sobrevivi sem ela e não senti falta (não que eu esteja com a barriga como antes, mas acho que voltar ao corpo pré-gravidez só com muito exercício)!


2- A amamentação: é linda, mas no meu caso não foi tão fácil como se mostra por aí. Miguel, como todos sabem, nasceu de parto natural e assim que saiu de mim, o coloquei para sugar meu seio (que ja tinha colostro desde o 6º mês). Não reparei na pega, se estava certa ou errada, se tava saindo leite e outras coisas...no auge da emoção, era muito pra mim né? E aí que quando levaram ele pro meu quarto (momento: oi? esse boneco de verdade é meu pra sempre?), só falaram pra eu dar mamar. Pensei que era só enfiar menino no peito e pronto. Daí que ele ficou desesperado procurando meu seio e eu desesperada tentando dar a ele. Não rolava. A enfermeira ensinou muito "meia-bocamente" como era o certo e saiu. Liguei atras dela, falando que não tinhamos conseguido e ela simplesmente disse: "vamos levar complemento pra você dar de 3 em 3 horas". Eis minha primeira frustração como mãe. Como assim, meus peitos cheios de leite e eu não poderia amamentar?
- Pausa - É muita filha da putagem a atitude de uma equipe de enfermagem e pediatria né? Era só ter ensinado diretinho, que eu tinha amamentado desde o primeiro dia. Morro de raiva só de lembrar. - Despausa-

Fomos para casa e pais de primeira viagem, seguimos as recomendações da enfermeira: leite artificial de 3 em horas. Mas sempre colocava o Miguel no meu seio, pra estimular, pra ver se ele ja tinha aprendido a sugar e eu idem, mas nada. Foram duas noites em casa com Heitor preparando o leite, muita melequeira o filhote (caia mais leite fora do que dentro do copinho) e tristeza minha que sempre sonhei em amamentar. Até que fomos ao banco de leite e foi só um empurrãozinho (literalmente) da servidora lá que Miguel pegou o seio. Mamou 40 minutos, no banco de leite mesmo e de lá pra cá nunca mais precisou de leite artificial. A enfermeira do banco de leite apenas informou a posição correta pra eu dar mamar, como é a pega correta e empurrou a cabecinha do Miguel pra mais perto do meu seio. Aí depois disso sim, foi só alegria.Não senti dor, não tive rachaduras no mamilo, nada. A única coisa que tive foi o empedramento do leite nos primeiros dias, que foi resolvida com massagens, ordenha e com Miguel mamando mais regularmente.

Utilidade Pública 2 - As conchas de amamentação

Super indico. Uso a de base rígida (mas acho que a de base de silicone é mais confortável), com um furo apenas e tem servido muito pra evitar que o leite volte a empedrar, pois ela vai recolhendo o excesso do leite durante o dia (não é recomendável usar pra dormir, à noite) e tambem durante a propria amamentação, no seio oposto ao que você está dando. Além do mais ajuda a não molhar seu sutiã e sua roupa e acho bem melhor que os absorventes para seios. Elas tambem ajudam a formar o bico do seio, pra quem tem invertido.

Utilidade Pública 3 - Almofada de amamentação

Não vivo sem!Se não estou em casa, uso sempre uma almofada qualquer ou um travesseiro pra apoiar meu braço, mas sem apoio não consigo amamentar.



3- A rotina

Outra coisa que dizia que iria fazer com meus filhos é a criação de uma rotina. Mamar tal hora, banho tal hora, sono tal hora. Comecei anotando a rotina do Miguel e impor uma rotina. E ficava confusa quando ele acordava determinada hora num dia e em outra hora no outro. Não tive coragem de impor nada. E a amamentação em livre demanda reina por aqui. É óbvio, o bebê é que sabe a hora que tem fome, sono... e assim estamos. E amamentar em livre demanda, não quer dizer um dia sem rotina. Miguel está com quase dois meses ee praticamente ja tem as mamadas e sonecas reguladas. Posto mais detalhadamente sobre isso depois.

4- A chupeta

Antes de ser mãe eu era radical: chupeta nunca, never, nunca! E marido tambem. Até que... Miguel resolveu fazer do meu peito uma. Acordava na madrugada pra dar mamar e de 1 hora que durava o processo, 30 minutos era de "chupeitação". Mesmo assim resiti a comprar. O Heitor me convenceu (meio a contragosto) a comprar em alguma das noites de desespero dos pais de primeira viagem: "porque esse menino ta chorando?". Compramos. Demorou algumas muitas tentativas para o Miguel aceitar e pegar direitinho. "Funcionou" direitinho por uns dias, acalmou...mas aí é que está, meu filho é super tranquilo, só chora quando tá com fome ou cocô/xixi, dorme bem...pra que dar um item pra ele se "acalmar" mais? Com o tempo tambem ele passou a mamar no máximo 15 minutos e não vi oportunidades de usar a chupeta. Resultado: ele não pega mais! Nem precisa dizer que a mamãe adorou né? Não sei se isso será definitvo, quem sou eu pra dizer que meu filho nunca usará chupeta, mas por enquanto to feliz dele não precisar de nada além do peitão aqui. E pra ser sincera, a chupeta, na maioria das vezes, me parece uma forma de "calar a boca do bebê", como se seu choro fosse um incomôdo para os adultos, quando na verdade, deveria ser interpretado como um sinal daquele bêbe.


5 - Cama compartilhada e dormir no berço

"Meu filho vai dormir no quarto dele desde o primeiro dia em casa". Quem ja ouviu isso? Eu já e já falei também. Não consegui cumprir. Depois falei que com um mês ele iria. Não consegui cumprir. Tô aumentando meu prazo. Acho que com 3 meses é uma boa idade, né não? Na verdade, não cheguei a uma conclusão ainda do que é melhor pra ele: sua independencia no quartinho, com mamãe o atendendo sempre que precisar ou o carinho no bercinho/carrinho do lado da cama da mamãe, sentindo ate seu cheiro, de tão perto?Sei que amo esticar meu braço e tocar o corpinho do meu filho. Fora a sintonia: como ele ainda acorda na madrugada, acordamos praticamente juntos, de tão proximos que estamos e evito de deixá-lo chorando.


Se meu marido não fosse sonâmbulo (na primeira noite em casa, Miguel dormiu na cama conosco: acordei no meio da madrugada com o Heitor em pé, balançando o menino, ambos dormindo. Tenso.) e eu não tivesse tanto medo do meu sono profundo e movimentos bruscos, juro que faria até cama compartilhada - coisa que combatia veementemente. Existe coisa mais gostosa que dormir com que você mais ama? Cama compartilhada junta seus dois amores: marido e filho!

6- Colo

Não gosto de ouvir tô acostumando mal meu filho no colo. Oi? Como assim? Tem coisa melhor do que colo?Quem não gosta? Vou privar meu filho de estar seguro comigo e deixá-lo mofando num bebê-conforto/cadeirinha/carrinho pra treiná-lo a ficar sem mim? Li uma coisa num artigo que nunca mais vou esquecer: "o que o bebê quer é o que o bebê necessita". Até os 9 meses de vida, o bêbe não sabe o que significa a palavra "Não", por isso não tem como um bebê fazer "manha". Claro que ele sabe o que é bom e vai querer colo sempre. E eu dou sempre (que puder)tambem. E quando não posso, taco o sling e tá tudo certo. Excesso de colo: nunca vi pessoas que tiveram excesso de colo, de amor,de carinho, de beijo, de toque, ficar revoltado, virar bandido, ser depressivo...já o contrário...

- Pausa- Esse excesso de que falei, nada tem a ver com a falta de limite no futuro, que fique claro! - Despausa-

No entanto, acabei acostumando meu filho a dormir mamando (fala sério, tem coisa mais gostosa do que ver seu filho totalmente saciado, adormecer em seu colo?) e sei que isso sim, pode dificultar no futuro. Estou tentando desassociar o mamar do sono, sofrendo, mas tô tentando...



No colinho, sempre...

8 comentários:

  1. Um dia desses li em algum lugar da net algo que me veio a cabeça no momento em que li esse post...

    Dizia mais ou menos assim:
    "Antes de ser mãe eu vivia dizendo: Eu nasci para ser mãe.
    Mas hoje, eu relamente afirmo que eu não nasci para ser mãe, eu descobri e aprendi a ser mãe no momento em que gerei o meu filho... É ele que me ensina todos os dias aquilo que eu pensava que já sabia."

    É extaamente isso não é amiga??
    rsrsrsrsr

    O Miguel está lindo demais...
    Beijos!

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  2. Oi Marília, fica a vontade com o Utilidade Pública, afinal o melhor da experiência é compartilhá-la, não é? E o legal de a gente compartilhar o que tá vivendo não é nem tanto explicar como a coisa funciona, mas perceber como as coisas podem ser de jeitos diferentes e cada um encontrar seu próprio jeitinho!! E viva a diferença!!! rssss... por exemplo, eu simplesmente amei usar a cinta, usei por 2 meses, praticamente dia e noite,mas moro no sul, aqui não faz aquele calor todo, então já é bem outra coisa!; sobre a chupeta, meu marido e eu também éramos super contra, acabamos cedendo porque Joaquim não tirava mais o dedão da boca na hora de dormir, agora ele usa assim para dormir e para parar de me "chupeitear" quando adormece mamando; por outro lado, super concordo com vc que colo é bom demais, tô sofrendo um pouco com meus quase 10kg de gostosura, mas enquanto eu aguentar vou dar muuuuuito colo!; ah, e também acho que a gente vai adaptando às teorias conforme conhecemos nosso neném, Joaquim estabeleceu a própria rotina e também mama em livre demanda, o que acaba virando uma rotininha. É bem isso, o segredo é a gente ir trilhando o próprio caminho nesse aprendizado diário, e vou te contar, a maioria das vezes a gente recorre mesmo ao que diz o coração ao invés dos livros!! he he... beijinhos pra vcs e pra fofurinha do Miguel!

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  3. Oi Marilia! É a primeira vez q passo por aki e, simplesmente adorei seu post! É incrivel como as coisas mudam qndo a barriga vira um bbzinho. Tbm faço um monte de coisas diferente do q disse que faria.

    Realmente só na pratica MESMO!!!

    Se não se importa vou postar tbm contando as diferenças das teoria e experiencias na pratica!

    Bjs pros dois!
    Ah! Miguel é uma graça!

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  4. Só agora descobri seu blog. E adorei. Nossa, como Miguel ta lindo e forte. Parabéns viu?!
    Vou vir te visitar sempre. Bjokas.

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  5. Marilia!
    Quando vocês trocaram o blog eu acompanhei mas esqueci de entrar como seguidora! Ainda bem que te reencontrei lá no blog do Joaquim :)
    Ah, nosso bebê também nasceu há 3 semanas, e como você tive dificuldade para amamentar (fiz até um post sobre isso) e também vi (e estou vendo) muitas teorias minhas caírem por terra... Na prática é bem diferente né?!
    Agora entrei como seguidora, não quero perder um post sequer, o MIguel está lindão, o vídeo do banho de balde foi inspirador, acho que vamos tentar por aqui também!
    Beijos!

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  6. Marilia!
    Adorei teu post. A cinta tb praticamente não usei, primeiro n servia, depois machucava e não comprimia a barriga... além de tirar a mobilidade e dar mto calor. Agora as vezes uso um short de meia calça da trifil p ajudar a modelar o corpo, é baratinho 16 reais.
    A chupeta... bom, eu sou pediatra e trabalho num hospital amigo da criança, lá chupeta nem pensar, mamadeira nem pensar e complemento só se realmente for necessário. No início n queria chupeta. Mas encontrei artigos q falavam bem da chupeta e mudei minha idéia para chupeta depois de bem estabelecida a amamentação. Agora eu tento, mas Alice quase nunca pega.
    O colo, inevitável. Estou tentado contentar ela de outras formas, porque acho q não vou aguentar quando ela for maior.
    Agora vou indo pq a pequena me exige! bjo

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  7. Marilia ,

    INCRVEL ... nossa historia em TUDO é tão parecida que até achei que era eu ao ler o seu perfil !!!!

    Adorei seus post´s .... da um pulo no meu blog ( http://assim-vida.blogspot.com/) e veja o meu Miguel ... por que até nisso as coicidencias continuam !!!! Meu bb também se chama Miguel e nasceu em Março !!!!!

    Espero a sua visita ! Bjos !

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  8. Oi Marília!
    Nossa me identifiquei demais com este Post, pois várias coisas que eu dizia que faria e aconteceria depois que o Heitor nascesse não passam nem perto da minha realidade hj. rsrsrrs
    Ah, vi que o nome do seu marido é Heitor né?! nem preciso dizer que achei lindo o nome dele...hehehe!!

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